DEZ VIDAS

Passou tão rápido, agosto,

e a primavera chegou como sempre

em setembro, e assim já estamos

no outono com ameaças do inverno,

e agora como vou me agasalhar

do frio de tua ausência?

Já não existe um minuto de paz,

tudo se transforma em desespero,

em recordações, e nesses momentos

sou abraçado por um vulto

que fustiga minha alma no sentido

de recomeçar, quando tento ser

feliz mesmo vivendo em plena solidão.

Existência intranquila, conturbada

e ainda que não ouça e nem saiba

o que sinto indago, como viver no abstrato

se eu existo pra te amar

e se trago ainda a lembrança

do gosto do beijo que me deu ?

Não sei mais conviver com essa

imagem ilusória, suportando o

sufocante silêncio que se

instalou acabando com nós dois.

Mas mesmo assim e ainda que

que para a eternidade somarmos

apenas fracassos reconheça que se

dez vidas tivesse, dez vidas

daria-te de presente....

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Wil
Enviado por Wil em 17/01/2006
Código do texto: T99985