Intimidade
Lembra aquele lençol que não cobria seu corpo?
Quando arrastei suas mãos por cima de meus ombros?
Lembra amor, minha paixão madrugou sobre sua pele,
isso foi quando ouvimos os ''te amo'' da boca sem o beijo,
depois, não lembro que céu foi, que inferno nos queimou.
Lembro do teu corpo descansando sobre o meu,
nutrindo os desejos, fazendo-me vibrar até a alma,
os beijos trocados, alucinados, os pedidos de mais
e na busca de meus anseios a paixão, toda ela,
encontrando o amor que sem palavras mostrava-me o céu.
É pouco mais de 2 horas depois da meia-noite,
nossas vestes não voltam aos corpos depois de fazer amor,
os pés não sabem o caminho do chão, os olhos são estrelas,
cada toque ainda está latente na pele que queima sem parar,
meu e seu desejo, mais amor, depois, só depois o amanhecer...
Levanta o sol brindando-nos no fogo que trazemos,
No corpo suado, os atalhos explorados na gula de amar.
O céu nos olha agraciando nossas formas desenhadas na janela
testemunhando o novo que amanhece em nossos corpos
desejando ainda mais o prazer que recomeça nascer.
Andei sem parar por corredores de seus segredos,
roubei pedaços de suas vontades escondidas atrás da carne,
arranhei as escritas do seu passado apagando linhas,
voltei e te amei, todas as metades que desenhei no sonho,
fiz realidade noutra noite minha, em você, apenas amor.
Amei em todas as partes que o amor me criou,
Fui sua na origem dos sonhos onde a vida pensou existir,
Recriei em mim nossa história gravando no corpo o desejo
Que seus toques descobriram em segredos sem fim.
Sou sua hoje, como o fui nas noites onde minh'alma se entregou.
Voltaremos o dia até mais uma madrugada, toda se puder,
quero inteira desde o começo, depois da meia-noite os nus,
nos olhos os sentidos voltados aos deuses de um amor grande,
recomeçamos, corremos para outro amanhecer de êxtases,
por entre paredes pontos de desejos, em nossos corpos amor.
15/01/2006