Ao hóspede Ciúme
Ah! Áspero fogo indolente
Que faz da boca
órgão insolente
Que ao subir à mente
eleva sua temperatura
Infantil emoção
que atrasa o adiantamento
desse rancoroso coração.
Inspira insegurança às criaturas
Ah! Diga-me o que ganhas brotando
nos corações e envenenando as entranhas
daqueles que se amam e brigam por amor?
Não vês o ranço que produzes
no manso jogo de luzes
dos olhos que se chamam
e se miram com fulgor?
Não te gabes de tua existência:
passa tua presunção no crivo
que guarda teu rol de conceitos
Ainda que dono de pueril insistência,
aceita que ainda és vivo
porque o homem não é perfeito.
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