Ao hóspede Ciúme

Ah! Áspero fogo indolente

Que faz da boca

órgão insolente

Que ao subir à mente

eleva sua temperatura

Infantil emoção

que atrasa o adiantamento

desse rancoroso coração.

Inspira insegurança às criaturas

Ah! Diga-me o que ganhas brotando

nos corações e envenenando as entranhas

daqueles que se amam e brigam por amor?

Não vês o ranço que produzes

no manso jogo de luzes

dos olhos que se chamam

e se miram com fulgor?

Não te gabes de tua existência:

passa tua presunção no crivo

que guarda teu rol de conceitos

Ainda que dono de pueril insistência,

aceita que ainda és vivo

porque o homem não é perfeito.

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Dafne Helena
Enviado por Dafne Helena em 20/05/2008
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