Amor perturbado
Encontro-me mórbida, já alguns dias,
Se quer sei, se o futuro vai chegar!
Vivo o agora meio esquecida,
Se ainda vivo, ou se só vivo, pra te amar.
Onde andas? Consciência minha devastadora,
A te buscar por fração de segundos,
Gritos, sussurros e gemidos,
Por não fazer, mas parte de seu grande mundo.
E ainda assim, impõe-me, pensamento perdido,
Por imaginar tantas alegorias,
Acalenta meu coração mais uma vez,
Na certeza de tornar-me, mas fria.
A perseguir tua caminhada,
Todo o instante penso, onde estais?
- seguindo-te assim eu vou a pensamento
Não existe sossego, pois desconheço a paz.
Vejo-te todos os dias, janela dentro,
Teu olhar no azul infinito,
Então finges que não me enxergas,
Nas manhãs nubladas sem um só vento.
Então bebo do teu cálice,
Quando olhas pra minha direção
Ou de até, um simples arfar,
Es, o remédio em doses pequenas,
Preciso disso pra me acalmar.
Solidão, que fazes meus olhos chover,
Pois a tua presença embriaga meus sentidos
Por só saber que estais por perto,
Renova-se a vida, pois tranqüilizo.
Despeço com um adeus calamitoso,
Preciso fazê-lo urgente,
Pois lânguida assim estou,
Fingir que nunca houve o amor.
- Pois se escutas, sente-se aliviado.
Minha alma enfurece-se,
Talvez até tenha razão,
De não poder senti-lo e então.
Força-se o elo desta prisão.