Mar revolto
A tempestade do teu mar invade meu casulo
Com medo, recuo sem saber como te olhar...
Vibração que embriaga, deixas-me sem chão...
Destróis, constróis, “dóis”, dois...
Na beleza de tornar-me mulher
Refaço teus traços, te percorro, te respiro.
Das curvas do teu corpo, ondas a me tragar...
Uma voz hipnotiza, ora instiga, ora acalma,
Atinge e libertas minha alma.
De olhos fechados te vejo melhor
Reconheço tuas carícias: doces preces.
Já não me pertenço mais
Estás tão perto, mas distante...
Será que algo mudou?
Desvendo tua música, desbravo teus caminhos,
Além de simples carinhos, vislumbro um novo destino.
No teu silêncio então me falas
Do universo que não consigo entender
Sei apenas que alguém novo surgiu
Quando morri e matei nos teus braços
Para renascer no depois
Tão diferentes, tão iguais, agora já não há mais...