Calado
Recebo teu amor com desespero
No temor de te perder no depois
Percebo-te com ares de desapego
Fingindo nada existir entre nós dois.
Repouso, ofegante, em teus braços
Memorizo, no toque, os teus traços
Observo-te, discreta, de lado
Lutando para disfarçar o que se passa em mim.
Pela manhã te saúdo com um sorriso
Tímido, escondido, infantil
Quero abraçar-te, não consigo...
Em pensamento, mergulho em teu íntimo.
Na despedida, uma dor que sei, não terá fim
Levas, para sempre, um pedaço de mim
Minha infância perdida, meu amor escondido
Respiro fundo e sigo rumo a um novo amanhã.