Me Perco por Vales
Corria por vales
Estes tão enegrecidos e fracos
Lamentando minha fraqueza
Estando a central de minha malandragem
Nestes momentos de loucura
Incorporava os Sátiros
Sonhava feito Eros
Negava a carne, a face, o dinheiro, meu toque
Dava com os burros nágua
Questionava, questionava e negava
Aprendi a viver de um modo errado
Era um poeta, que nunca havia amado
Meus versos cantavam à Lua
Iluminava esta minha praia
Reabastecia-me de dores
Dores sem esperança, sem sentido
Mas ainda reais
Sucumbindo a mudança real
Para não serem esquecidas
Mudava e mudava
Seu rosto, enfraquecia-me
Mas tudo tem um remédio
Que pode surgir dos lugares mais esdrúxulos
Ressurgindo das sombras
O remédio que queima
Seu fogo flechado pelo filho da beleza
Fazia-me enxergar
A negar a lua de meus versos
Esta luz, não mais me afeta
Não mais cairei em vossa tentação
Não mais serei meu ex-eu
Não mais sepultarei o que sinto
Permito as brasas me queimarem
Permito as navalhas me cortarem
Tinjo-me de roxo
Conto-lhe meu ponto fraco
Mas nunca, nunca me deixe só
Não me deixe mais em órbita desta lua
Você possui a força de me tirar de lá
Somente você foi capaz
E não foi a toa
Por fim de palavras
Por mim e por você
Que sejamos abrançoados pelas Parcas