Inocência
Queria o mundo colorido, a vida um reino encantado
Ao primeiro obstáculo viu a ilusão perdida,
O coração dilacerado por outro desalmado.
Olhou no espelho, pôs-se de joelho pedindo
Misericórdia, outra vez, sem êxito veio
A discórdia, sensação de impotência
De quem pensa que a felicidade se molda.
Sentiu-se feito bagaço da cana no engenho,
Um trapo jogado às traças, num lampejo
Sentiu desejo de outra vez amar num beijo
Consciente foi à luta e na labuta dos seres
Inseriu-se como se a bondade não existisse
Gritando para que todo mundo o ouvisse.
Logo a multidão o rodeou, alguém deu lhe a mão
E ele se levantou, partiu rumo à felicidade
Que um dia, ingenuamente agindo, buscou.