Inocência

Queria o mundo colorido, a vida um reino encantado

Ao primeiro obstáculo viu a ilusão perdida,

O coração dilacerado por outro desalmado.

Olhou no espelho, pôs-se de joelho pedindo

Misericórdia, outra vez, sem êxito veio

A discórdia, sensação de impotência

De quem pensa que a felicidade se molda.

Sentiu-se feito bagaço da cana no engenho,

Um trapo jogado às traças, num lampejo

Sentiu desejo de outra vez amar num beijo

Consciente foi à luta e na labuta dos seres

Inseriu-se como se a bondade não existisse

Gritando para que todo mundo o ouvisse.

Logo a multidão o rodeou, alguém deu lhe a mão

E ele se levantou, partiu rumo à felicidade

Que um dia, ingenuamente agindo, buscou.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 19/05/2008
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