DESABAFO
Quão estranho é viver...
as vezes e na maioria delas um tanto quanto surreal.
Algo que se mostra tão simples e singelo,
acaba por desvendar um abismo de mistérios,
daí um conflito interior de enorme grandeza.
Quando virar uma página?
Ou dar um cápitulo por encerrado,
se o infinito é fiel companheiro até o momento derradeiro,
se o lucro certo, se muta em perda irreparável.
Qual então seria o verdadeiro momento?
De que tanto fugimos e em muito nos omitimos,
chegando por vezes a anularmo-nos.
Um dia sonhei bem alto,
meus pés se desprenderam do asfalto.
meu sentir tornou alada,
minha alma inflamada, destemida , iluminada.
E então meu ser voou,
planando levemente me guiou.
foram dias respalndescentes de sol,
muitas vidam bailando ao redor,
num ciclo natural, superando estações.
Hoje calado e olho e penso,
tudo e turvo e muito denso.
Sem ação me limito a chorar.