Posso ir?

Minha alma conjuga verbos imperfeitos

e é por isso que em meu peito

mora uma solidão disfarçada de amor

e na multidão não mais te vejo

e falta ao meu olhar a calma de um desejo

para te ver como gente amada,

e seres esse amor de meu amor.

Meu coração ainda acredita

que tudo a paixão pode

e o medo acolhe

e a voz calada confirmando grita.

Amo-te como um descuido reaprendido

e o peito ferido

tragado por teu desamor.

Diz-me onde estás ou onde moras,

quero deixar-me ir embora

para bem próximo de ti

e ver teu olhar sorrir

e meu peito enxergar

e ao teu coração confidenciar

esse amor que ainda cevo comigo.