AQUELA VOZ

Era uma vez um desmotivado par de ouvidos, perdido em meio ao silêncio e ao vazio;

No seu mundo frio, entradas e saídas de indiferentes sentenças;

Na sua presença um coração sem rumo, sem voz e sem brilho;

Andando pelos trilhos da esperança, de algo lhe renovar a existência!

Era uma vez uma voz, que pairava acima das exuberâncias;

Aprisionada ao injusto destino, dentro de suas torres complacentes;

Presente nas poesias, ela era a cor das apaixonantes significâncias;

E em todas as instâncias, produzia doçura de suas fontes latentes!

Apresentados pelo acaso, entrelaçados pelo soneto;

Voz prisioneira e ouvidos sonhadores, puderam se encontrar;

E falou-se o que nenhuma rima poderia falar, tal como sol e lua em dueto;

Como ondas a buscar areias, propondo-lhes o mar do amar!

Aquela voz agora reina em vívidas e diárias recordações;

Caudalosas emoções, generoso suflê de intensa sedução;

Jamais se fecham os ouvires, ao persistir de tamanhas sensações;

Como embriões gestados pelo orgasmo, de uma óbvia sintonização!

Que sejam despedaçadas, as grades que lhe prendem à obsessão;

Que sua necessidade de amor, sacie-se do pão que lhe proveu o destino;

Porque a racionalidade do temor, é mais inconsequente que os impulsos do coração;

E a lógica da felicidade pode esconder-se, numa paixão em desatino!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 17/05/2008
Código do texto: T993438
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