QUERIA QUE TIRASSES A MÁSCARA

Queria ver-te sem máscaras

Queria ver teu coração,

Saber verdades escondidas

Que timidez ou orgulho

Disfarçam sem ter razão...

Queria que fosses tu

O Poeta de todas as Estações

O Poeta das Canções

Da Paixão e Calmaria...

Para ti, despi os meus véus;

Mas vejo-te encapuzado

Distante, enrodilhado,

Por trás de máscara fria...

– Eras tu que o meu beijo querias?...

O que fui e o que foste? O que és?...

És conhecido ou estranho?

Algum dia tu virás

De peito aberto? Contarás

Quem és ? Ou ouvirás

De mim, o que penso ser?

Como é teu rosto sem máscara?

Terás a face de um Anjo?

Serás até mesmo Arcanjo?

Ou és uma estátua fria,

Escultura... em pedraria?...

Há um coração de Poeta

Amante de mil amores?...

Ou uma imagem secreta

Escondes, em teus pendores?

És a ostra que esconde

A pérola em seu interior?

Ou és como o polvo, escuro,

Resguardado em seu furor,

Que lança a escuridão

E vive na solidão?...

– Queria tanto que tirasses todas as máscaras

Para que eu te viesse a amar e conhecer...

Mas talvez estejas tão acostumado a elas

Que sem elas não possas mais viver...

E eu estarei fadada...

A te esquecer...

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ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 17/05/2008
Código do texto: T993293
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