QUERIA QUE TIRASSES A MÁSCARA
Queria ver-te sem máscaras
Queria ver teu coração,
Saber verdades escondidas
Que timidez ou orgulho
Disfarçam sem ter razão...
Queria que fosses tu
O Poeta de todas as Estações
O Poeta das Canções
Da Paixão e Calmaria...
Para ti, despi os meus véus;
Mas vejo-te encapuzado
Distante, enrodilhado,
Por trás de máscara fria...
– Eras tu que o meu beijo querias?...
O que fui e o que foste? O que és?...
És conhecido ou estranho?
Algum dia tu virás
De peito aberto? Contarás
Quem és ? Ou ouvirás
De mim, o que penso ser?
Como é teu rosto sem máscara?
Terás a face de um Anjo?
Serás até mesmo Arcanjo?
Ou és uma estátua fria,
Escultura... em pedraria?...
Há um coração de Poeta
Amante de mil amores?...
Ou uma imagem secreta
Escondes, em teus pendores?
És a ostra que esconde
A pérola em seu interior?
Ou és como o polvo, escuro,
Resguardado em seu furor,
Que lança a escuridão
E vive na solidão?...
– Queria tanto que tirasses todas as máscaras
Para que eu te viesse a amar e conhecer...
Mas talvez estejas tão acostumado a elas
Que sem elas não possas mais viver...
E eu estarei fadada...
A te esquecer...
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