já é desespero
eu me invento
me recrio
crio
e creio
tento estórias
faço malabares
tento o equilíbrio
tento
tanto
e ela não vem
não aparece
não me responde
se esconde
onde?
eu me reparto
tento outras poesias
faço alguns conceitos
crio letras de fachada
tento uma charada
e nada
por onde?
eu fico no frio
na seca
sem sol
sem nada
na parada
já é quase sete de setembro
e o inverno vive no coração
na bolha de sabão
desfeita no ar
sem rima para amar
poetar
desvendar
tentar
onde anda a poeta
a musa
a inspiração
piração
defeito do meu dial
que não sintoniza a música
a canção
da nova novela
não tem trela
nem arrego
estou preso
pego
na trama da ausência
da única poetisa
do abalo
a que não tem barreira
escreve como rameira
e incita
conlui
a dama
mulher que desaparece
que o fio não tece
e minha poesia fenece
de saudade e tristeza
sem ter mesa
cama e orgia
sem a magia
que vem dela
daquela