UMA LÁGRIMA

Autoria de Regilene Rodrigues Neves

Que lágrima é essa que chora

Uma ausência infinita de amor

Que sofre a indiferença

De uma saudade efêmera...

Que molha minha alma

De um sorriso triste de ilusão

Respingando num olhar furtivo

Devasso de solidão...

Alvoroçada de anseios

Apenas pretendidos de alegria

De um carinho que afagasse essa carência

De um brejeiro coração

Que ainda menino

Já era louco de paixão!

Mesmo que ainda inocente de sonhos

Rasgava o infinito abrindo janelas para o céu...

Para que avistasse do alto

A face linda do amor

Desenhado nas nuvens

Num retrato cândido de ternura...

Pura inocência de um apaixonado

Em êxtase sublime de amor!

Mas essa lágrima que nascera

De uma despedida menina

De um querer contraditório

Aos meus desejos

Ganhou moradia no meu coração

Vaga dentro de mim solitária

Chorando noites de abandono

Vagando luas de fantasias

Querendo pegar a última quimera...

Que vai passar na estação solidão

Com destino a felicidade

Corro nessa direção

A liberdade batendo no rosto

De uma última esperança...

Sei que uma distância

Ainda nos separa do encontro,

Mas ela é mais forte

Que esta lágrima que teima

Querer-me mais que o amor

Que quero inteiro no meu coração

Sem interferência dessa lágrima

Que chora no peito a dor da separação...

Sei que tenho mil sorrisos

Ainda para sorrir,

Para que essa lágrima

Chore um dia somente de alegria

Pelo encontro desse louco amor

Que fora motivo de uma lágrima

Que por tempos por ele chorou...

Em 13 de maio de 2008