Ouça...
A madrugada desponta lá fora, pingo d´ água espalha sobre a face, momento de nostalgia, no rebobinar do filme, volto ao passado...
Folhas desprendem das árvores dormindo no silêncio, uma sirene ao longe, sonhos suspensos como uma nuvem debruça-me sobre a noite, rasgando caminhos, cercas farpadas, pousando o olhar ao infinito, perdendo-se em uma estrada deserta.
Desperta-me, as palavras viriam revelar-me tudo, versos de doçura onde habita o amor, acendendo todas as fogueiras, a candeia acesa, chama ardente que dos corações afloram.
Deixo que a leve brisa desalinhe os cabelos, num relâmpago breve na paisagem onde o amor vive e brilhe, sem perguntas e respostas, preenche todos os minutos e segundos, ouça...
O coração bater, sem nada dizer, sinta apenas a sintonia do momento descrevendo nas palavras, perfume impregnado na alma.
Pés descalços na areia iluminada da praia, farol de luz no horizonte,
Frases soltas ao vento, levam meu alento junto às ondas do mar.
A aurora desponta majestosa, no ar, aroma de flor de laranjeira, idílio poema.
Escrito em: 17.09.2005
Por Águida Hettwer