Mulher

Ser que foi, serenamente sendo, e sempre será

Luz preferida de meus pecados e prazeres

Corpo onde mora meu corpo

Que vai, vela e veleja e se envolve

Nas gavinhas de seus pêlos

E na eternidade secante de seus cabelos.

Cabelos que caem como cálidas carícias

Silenciosamente sôbre os seios em suave desvêlo.

Ser onde os senos e co-senos

Tangenciam o irrevelado horizonte

Do castanho dos seus olhos.

Onde o sempre e o nunca, o hoje, o ontem,

O agora e o depois, o novo renovado

E os mistérios revelados,

Entròpicamente fragmentados

Se encontram em paralelos

Triângulos solares.

Ser a quem me rendo

De quem fujo e me prendo

Em seus ciúmes e caprichos

E vou de inveja me remoendo

Aos tropeços (re)vivendo

Meus remorços e sacrifícios.