Olhar - Poema 0434
O mesmo brilho que vem dos teus olhos,
atravessa a pele, reflete uma estranha luz,
uma força que invade, que me toma os sentidos,
em um desmedido sentimento de posse.
Teu olhar é infantil e ao mesmo tempo impuro,
carregado de pedidos, desejos inconfessáveis,
como um segredo que esconde palavras,
grita sem voz, toca sem mãos, beija sem boca.
Este brilho vem com a marca de um amor,
teus gestos são de quem está à procura,
guarda dentro da tua luz um fogo igual,
uma chama que não queima, que jamais fere.
Nada me separa dos teus brilhos, que venha tua luz,
ilumine-me, ofusque meus velhos sentimentos,
tome-me de amor, dê-me tua ternura, dê-me...
até que os brilhos se misturem e façam amor.
02/09/2005
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