Livre
Edson Gonçalves Ferreira
Mania infernal de dar nomes a tudo
Imagino o peso do dicionário na cabeça
Quando tenho fome, abro a geladeira
Quando sinto ternura, abro o coração
Quando o desejo acomete, procuro o teu corpo amado
Não há nome algum que me impeça
Apenas percebo que transfiguramos
E somos como flores e frutos na plenitude
E estamos apenas prontos para a vida
Não nos descuidemos
O tempo passa inexorável
Descubramos que viver vale mais que preconceitos
As coisas existem para a glória do ser
A graça está na diferença
O amor é uma delicadeza que os brutos não percebem
E não passarão para o reino dos céus
Afinal, Deus é puro Amor.
Divinóplis, 13.05.93