Amor em Mil faces
Meu amor derramado, destilado, exalado.
Meu amor perdoado, amordaçado, calado.
Só grita ao céu.
Amor bandido, ferido, envaidecido.
Amor que me traz confusão
Amor solitário nas noites caladas sufoca minha alma
Minha pele se queima tal qual lareira se acende então.
Amor maldizente, nem frio nem quente.
Se ausenta outra vez.
Num beijo perdido, num mar esquecido minha alma está,
No mar de meus sonhos, meio ao abandono, feridas causou.
Cicatrizes que não saram, marcas das amarras que teu amor amordaçou.
Amor vagabundo, desejo profundo de me saciar.
Provar do teu cálice, beber do teu néctar, me embriagar.
Sanar meu desejo, dormir lado a lado, meu amor de verão.
Amor pesadelo: tira meu sono, meus sonhos se vão.
Sem encontrar outra boca, só sinto teu doce, que amargo provei.
Bebi da tua boca, despi o teu corpo, em teu suor relaxei,
Prazeres senti, desejos juvenis contigo conquistei.
E a despedida se fez garantida nesta noite sem estrelas
Minha pele reclama, minha alma se inflama,
Esquecido encontro.
Batimentos tão fracos, meu peito sem sinais,
Dos suores noturnos, orgasmos múltiplos,
Num quente verão.
Coração já não sente os gritos ensurdecedores de nossos ais
E pranteia descontente, não geme, não sente, não pulsa mais.
Amor dormente só visita minha mente, meu corpo deixou.
Amor padecido, Teu cheiro guardado nas tábuas vitais.
Amor que eu não vejo, sei que não tem mais cura, é caso finado.
Amor a mil faces se esconde, se abre, se fecha, se chega, se vai.
Platônico, doentio, poético, agudo, mortal.
Amor sem cura pra meu mal.
Amor sorrateiro, vadio, banal.
Amor que não vejo, mas nunca esqueço.
É minha carta marcada.Entre a cruz e espada sou eu e você.
Amor de vida e morte meu sonho e te reviver