Amor místico
Na semi-escuridão da Catedral
à luz bruxulente das candeias
morcegos voam entre imagens
um monge, desfiando contas
recita contrito o Santo Ofício.
E ao escoar das horas mortas
relembrando de um amor que um dia
feriu seu adolescente coração
levando-o ao desterro voluntário
no Hábito da Ordem do Calvário.
E hoje, frente a imagem diáfana
de um anjo frio, de mármore
faz seu auto-de-fé
neste amor místico
à cruz de Crito
em seu sudário