Amor místico

 

Na semi-escuridão da Catedral

à luz bruxulente das candeias

  morcegos voam entre imagens
um monge, desfiando contas

recita contrito o Santo Ofício.

E ao escoar das horas mortas

 relembrando de um amor que um dia

feriu  seu   adolescente   coração

levando-o ao desterro voluntário

no Hábito da Ordem do Calvário.

E hoje,  frente a imagem diáfana
 de um anjo frio, de mármore

faz seu auto-de-fé
 neste  amor místico

à cruz de Crito 
em seu sudário

Vinícius Lena
Enviado por Vinícius Lena em 07/05/2008
Reeditado em 24/10/2008
Código do texto: T978530