Monte Nahájara
Sobre a fumaça fumegante do tabaco indiano;
Sobre a cachoeira congelante do Monte Nahájara;
Entre as verdejantes figueiras e formosos Ipês...
Flores e cactos do inverno são paisagens internas. Conduzem-me ventos e geadas! Pois a cada toque e a cada passo lembro-me do passado,
Que para traz fica a cada segundo, e como não se dá para lembrar-se de tudo,
Pois nem o tudo me faria recordar, falta algo no tudo, pois esta sempre a se transformar;
Recordar fica difícil, dos beijos ou dos abraços,
Sobram-me então só os amarronzados maços do tabaco e o cansaço
Hoje! Só o casaco me doa seu abraço
O adeus foi preciso, e sempre que é preciso, preciso é se despedir;
Até que nossos mundos girem novamente numa só harmonia, por enquanto deixo-te nossas lembranças,
A divisão da taça de vinho, nosso olhar na mesma direção
Ou somente a primeira impressão, quando em sincronia batia nossos corações.
Quem disse que perder é ruim?
Às vezes a perca implica em ganho
Às vezes se perde para aprender
Aprende-se a perder
Cresce-se no perder
Quem disse que só há um grande amor?
Veja a rosa, ela se divide para vários espinhos e a cada espinho a um sentimento particular, a de cuidar de todos sem ao menos um deixar.
Brinda então a noite e suas integras, suas cores e seus amores.
Nasci boêmio e solitário por excelência e nossa existência é uma eterna adolescência, deixamos nossas descendências, mas é difícil deixar nossas essências.
Seja quais sentimentos tiveres por mim, não se esqueça que a dobro desejo a ti, e se o amor se foi, talvez um dia volte, mas se não voltar não ti preocupe, pois bem ele estará em algum lugar.
Sobre a fumaça, fumegante!
Sobre a cachoeira congelante!
Sou apenas um grilo falante do Monte Nahájara.