A Fernando Pessoa

 

Não, nada posso dizer

Quem sou para falar daquele

Que tinha por pátria, a Língua Portuguesa!?

Oh, não! Nem ouso, pois por mais que tente

Não consigo atingir do poeta o Universo invisível.

As pérolas verdadeiras em seus versos,

Recolho-as uma a uma, chorando,

Como ele o fazia, pois, ao palavrar até mesmo estremecia!

 

Não, nada posso dizer

Sobre alguém que muitas almas tinha,

As imagens e as idéias o reverenciavam

Em cortejos sonoros  aonde ele ia...

 

Como esta poeta inacabada

Pode explicar o inexplicável!?

“As coisas lindas que nunca existiram”,

“As formas sem forma”,

O fingimento tão sincero

De quem fez imensa sua vida

Até mesmo quando consciente dizia:

“Que viver não é preciso!”