silêncio (con)sentido
gosto
quando me tomas e desatas devagar
os laços
da minha carne
das minhas tranças
e, sobre a luz ‘inda crua da manhã
te duplicas
harmonia que existe em meu peito
se te demoras
longo
num afago de lua ao luar
o teu modo
o teu jeito
de me afrouxar o corpo
de me tomar o pulso
num impulso
teu
meu
o silêncio (con)sentido
[ali a ilha, vês?...]
nossa
a partilha
esta luz intensa
emergência
palpitar
dum novo dia.
[gosto de partilhar flores de papel
e papoilas de mar]
agora o tempo pára.
milenar, não mais é que vácuo
num embolo (des)comprimido.