silêncio (con)sentido

gosto

quando me tomas e desatas devagar

os laços

da minha carne

das minhas tranças

e, sobre a luz ‘inda crua da manhã

te duplicas

harmonia que existe em meu peito

se te demoras

longo

num afago de lua ao luar

o teu modo

o teu jeito

de me afrouxar o corpo

de me tomar o pulso

num impulso

teu

meu

o silêncio (con)sentido

[ali a ilha, vês?...]

nossa

a partilha

esta luz intensa

emergência

palpitar

dum novo dia.

[gosto de partilhar flores de papel

e papoilas de mar]

agora o tempo pára.

milenar, não mais é que vácuo

num embolo (des)comprimido.

Mel de Carvalho
Enviado por Mel de Carvalho em 05/05/2008
Código do texto: T975709
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