Saga da paixão
Pela estrada empoeirada caminhei
Por sobre pontilhões de madeira passei
O rebanho nem me olhou, apenas
Ruminou remoendo o capim que restava.
De repente o céu se escureceu, nuvens
Negras o firmamento encobriram, logo
Veio a chuva que caiu como luva
No semi-árido daquele castigado sertão.
A cada passo em meus pés o barro grudava
Fazendo-me sentir o peso da solidão
Sorrindo para mim estava a vida,
Sôfrega na mais forte das inudações.
Logo à noite caia e eu não sabia
Para onde ia o amarelo sol de verão,
Era primavera a espera no meu coração.
Floriam nos campos ávores quase mortas
Eu não sabia o que queria da minha paixão,
Caminhei por toda a estrada pensando
No sorriso estampado na face ilusão.