Saga da paixão

Pela estrada empoeirada caminhei

Por sobre pontilhões de madeira passei

O rebanho nem me olhou, apenas

Ruminou remoendo o capim que restava.

De repente o céu se escureceu, nuvens

Negras o firmamento encobriram, logo

Veio a chuva que caiu como luva

No semi-árido daquele castigado sertão.

A cada passo em meus pés o barro grudava

Fazendo-me sentir o peso da solidão

Sorrindo para mim estava a vida,

Sôfrega na mais forte das inudações.

Logo à noite caia e eu não sabia

Para onde ia o amarelo sol de verão,

Era primavera a espera no meu coração.

Floriam nos campos ávores quase mortas

Eu não sabia o que queria da minha paixão,

Caminhei por toda a estrada pensando

No sorriso estampado na face ilusão.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 04/05/2008
Reeditado em 04/05/2008
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