MINHA DOCE MENINA


A lua estendeu o seu lençol de prata sobre a relva,
fazendo-nos um convite para um deitar despreocupado
no colo da colina.
Eu e você, doce menina!
Tu que é tão bela quanto flor de maracujá,
que abrilhanta a capoeira,
meio a guirlanda de poeira
que encobre o meu sertão!
Quem me dera fosse um terço agora,
alinhado na sua mão imaculada de freira
numerando as suas rezas enviadas à DEUS,
pedindo-LHE que me arrancasse do seu peito.
Ah, doce menina! Mas não há jeito!
Nascemos um para o outro
assim como o rubro para a rosa,
que a donzela enseja receber
do amado que lhe faz o sangue ferver
e o seu coração galopar em disparada,
como estrela cadente, riscando o céu de madrugada!
Não, doce menina; não podes me esquecer.
Não tem como sair de mim, nem eu sair de você.
Nesta amplidão que os teus olhos alcançam
neste vasto mundo que rodeia seu existir,
verás sempre duas chamas rasgando a cortina
da saudade que te encobre de agonia,
para que possas ver-me velado seu existir
no alvorecer de cada dia!
Por tudo e por mais sagrado, vou experimentando
este meu pranto salgado
que sua ausência faz brotar nos olhos meus.
E na capoeira desta vida dura de fadigas
que levo aqui sem ti, meu consolo é te amar!
E nos grotões deste mundão sem porteira de meu DEUS,
serei sempre uma improlífica
e desabitada capoeira
e você minha bela e perfumada flor de maracujá!
luznaentradadotunel
Enviado por luznaentradadotunel em 02/05/2008
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