Viajantes das águas

Lentamente o barco deslizava

Sobre o afluente do Amazonas,

“O shop ambulante”, onde tinha

De tudo, até o amor de antes.

A calmaria era reinante, mas

Os tripulantes mostravam-se

Inquietos, vendiam e não recebiam

Até dos mais corretos pagantes.

Descontentes, credor e vendedor

Um ficava e outro partia para tentar

Um novo dia naquele barco

Flutuante, um ninho de amor.

Aparentavam-se sobrevivências

Sofridas, comerciantes e ribeirinhos

De garantias desprotegidos, um levando

Do milho o amido, ou outro comprando

Com o dinheiro que talvez fosse perdido.

Desgosto estampado no rosto, talvez

Pelo o tudo que havia vivido, semblante

Humilde, mas o amor rondava o “Shop"

De Haroldo e Hiranildo, bravos comerciantes.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 30/04/2008
Reeditado em 01/05/2008
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