A força do amor

À beira da estrada havia um pé de laranja

De folhas verdes e flores brancas cujo

Perfume exalava-se à distância refazendo

O ar da primavera, que no verão se espera

Para aliviar o calor da sofreguidão.

Eu, menino, franzino embaixo dele me sentava

A tua espera, olhava os pássaros, as borboletas

E os minúsculos seres vivos a voar, pensando

Apenas em ti de braços aberto para me amar.

Vinhas tu, de repente, sorridente como se fosse

Aquele momento o ápice da felicidade total,

Afagavas-me o cabelo, beijavas-me sem apelos

Abraçavas-me com tal zelo que em delírios eu viajava.

De repente veio o destino e te levou de mim, deixando-me

Na maior infelicidade, rondei a localidade tentando

Distrair-me, virei de ponta à cabeça, na calçada dormi

Mas aprendi a amar e esse momento viver a sorrir.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 29/04/2008
Reeditado em 02/05/2008
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