A força do amor
À beira da estrada havia um pé de laranja
De folhas verdes e flores brancas cujo
Perfume exalava-se à distância refazendo
O ar da primavera, que no verão se espera
Para aliviar o calor da sofreguidão.
Eu, menino, franzino embaixo dele me sentava
A tua espera, olhava os pássaros, as borboletas
E os minúsculos seres vivos a voar, pensando
Apenas em ti de braços aberto para me amar.
Vinhas tu, de repente, sorridente como se fosse
Aquele momento o ápice da felicidade total,
Afagavas-me o cabelo, beijavas-me sem apelos
Abraçavas-me com tal zelo que em delírios eu viajava.
De repente veio o destino e te levou de mim, deixando-me
Na maior infelicidade, rondei a localidade tentando
Distrair-me, virei de ponta à cabeça, na calçada dormi
Mas aprendi a amar e esse momento viver a sorrir.