Eu devia olhar o céu
Perceber a forma lunar pálida e
Branca se desfazendo.
Mas
Só consigo ver as suas asas
Abertas contra a superfície alva
Desenhando círculos e carregando minha alma...
Cansada de chorar busquei abrigo nos teus braços
Deixei-me levar pelo vento das tempestades,
Pelos trovões e raios que incendeiam minha existência,
Tentei fugir da minha solidão no calor das tuas palavras...
Ouço as poesias que choram
Enquanto atravesso a noite e a escuridão
Chamando teu nome
Para que venhas comigo e segure as cores
Que escorrem dos meus olhos
Manchando a alvura das minhas palavras.
Chorarei antes que o sol apareça
Por entre os galhos quebrados e as minhas mãos
Tecendo rendas...
Chorarei o silencio de cada nó,
Cada volta deste fio que me prende no balanço da lua entre o efêmero e a realidade.
Chorarei minhas lágrimas de sal e mel
Em sua boca profana
Que alimenta e refresca a dor da minha existência.