A CARTA QUE VOCE NÃO LEU

Lá onde as águas limpas beijam falésias imponentes;

Eu escrevi inúmeras frases sussurradas pela brisa;

Como um soprano a digitar o amar em suas canções perenes;

Como um irradiar de luz que alcançando teu olhar se fez descrita!

Eu disse que te amava na gestação do alvorecer;

E fui postado aos endereços enigmáticos do teu sonhar;

O que vernáculos jamais diriam o meu olhar passou a te dizer;

Nas partituras de tua libido o meu anseio foi te recitar!

Eu rabisquei meus gritos de paixão nas páginas macias de teu choro;

Em cada estrela escrevi as vírgulas que separavam teus adjetivos;

Eu registrei minhas saudades na queda dágua cantando em coro;

Enumerei em grãos de areia todos os teus encantadores predicativos!

Em cada fruto a colorir o verão, eu implorei diretamente aos teus lábios;

Que não me jurem o teu adeus, nem me sentenciem aos prantos;

Que sem as chamas de teus abraços, os meus incêndios são inválidos;

E descrevi teu traçado esplêndido ao te escrever em meus decantos!

E vi teus olhos percorrendo as melodias que a natureza produziu pra ti;

Senti teu peito a disparar nas emoções vizinhas à tua sublimidade;

Mas até hoje nada leste do que mais lindo a teu favor já escrevi;

Onde descrevo o meu amor, entre o delírio e a sanidade!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 28/04/2008
Reeditado em 17/07/2009
Código do texto: T965983
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