PROVA DE AMOR

Na propositura que te doei e que nunca cogitou qualquer disjunção;

No pão de nossas fomes, que se reparte em nosso miraculoso querer;

Nos meus braços eternamente abertos, legando-te terna redenção;

Na ressurreição de antigos sonhos, sob o limiar de meu condescender!

Nas iguarias que desfilam por meus beijos;

A locupletar todas as dispensas de teus apetites;

Na impossibilidade de te deixar ir ou na saudade onde te revejo;

Na concepção de que te devo muito aquém de meus limites!

No meu olhar que insistentemente te devora e nos laços indeléveis;

Na grafologia de meus escritos a denunciar tudo que te sinto;

No florir dos campos, que após teu caminhar, já não são estéreis;

Na ebulição metabólica, vendo o teu andar, a me deixar faminto!

Na equivocação da lógica, que se reinventa pra nos compreender;

Na contumácia com que destrono quaisquer barreiras a nos apartar;

Na honrosa percepção desse meu ser humilde, em ti se enaltecer;

Na mais completa impossibilidade de além de ti, me localizar!

Na singeleza afortunada das grandiosidades que te ofereço;

Na viagem que percorre teu coração e que não prevê desistência;

Na disposição de por todo o teu amor pagar qual seja o preço;

E no epílogo dos encantos, o meu amor comprova sua existência!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 28/04/2008
Reeditado em 15/07/2009
Código do texto: T965784
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