DA TUA CARNE

O meu nevoeiro interior

Esconde a minha condição de animal

Ansioso por saciar a fome na maciez tua carne.

Enquanto pensamentos insanos presenteiam

As trevas do meu coração

A solidão iminente rasteja entre meus pés

Teimando em carícias que não me pertencem.

Sou anjo caído!

Sem rumo nem paradeiro...

Os poemas que te escrevo escorrem do meu sangue

Em letras doloridas de um parto seco.

Minhas horas, meus momentos não te pertencem

Tornam-se anos de abandono

Onde nem mesma eu existo, apenas estou.

Nem a lua me olha!

Quando a visão da tua carne me faz salivar,

O teu sangue me parece doce...

Nas tuas veias o meu desejo,

Em minhas mãos as tiras da tua pele

Mostram-me como é dolorosa minha tristeza

E minha solicitude para com você.

Já não respiro! 
Limito-me à vida nas entranhas
do meu medo 
Enquanto quebro o cristal

Libertando a tua imagem...

 

 

 

Luciah Lopez
Enviado por Luciah Lopez em 27/04/2008
Reeditado em 14/08/2009
Código do texto: T964726
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