POETA SOFRIDA
Dia, noite. Sol, lua. Acordar, dormir...
Mas não viver... Vegetar!
Simplesmente deixando o tempo a levar.
Poeta sofrida, se mostrando encantada
E nessa leitura que fazem,
A tornam poeta cantada...
Mas não em verso, prosa ou poesia...
Cantadas baratas, querendo-lhe o corpo...
Querendo quem sabe, um pouco de emoção...
E o corpo, não tão poeta, às vezes se deixa levar...
Reacendendo o caminho da paixão!
Mas essa chama, ao passar pelo coração
Sente a redoma que o protege e esfria a sensação!
E a poeta assume o seu comando
E afasta qualquer sentido que a leve à banalização!
A poeta ama... De forma intensa e infinita
Sem posse, sem toque, mesmo sem presença...
Não um ídolo, uma perfeição, uma maestria.
Ama um homem comum, cheio de problemas...
Com recalques, dramas, defeitos
Mas um homem verdadeiro!
E esse amor, de tão intenso, toma todos seus sentidos...
Não permite a entrada nem mesmo de cantadas.
A poeta (sofrida) continua a amá-lo, calada!