LAGOA ESCURA (ABAETÉ)

Era uma composição natural

Do próprio tempo de nos dois

Que se desenrolava naquela manhã.

Uma manhã aberta, de sol, areia, vegetação

E uma lagoa escura.

Existia um céu azul, azul de verdade

Uma sombra nos agasalhava

E nossa própria companhia

Deixava-nos a sós de tudo.

Somente aquela brisa brincalhona nas folhagens

Testemunhava nossos beijos,

E ouvia nossas palavras, que se perdiam

Resvalando pela areia, ate sumirem por completo

Talvez nas águas da lagoa

Foram momentos que vieram

Para serem recordados.

Foi uma manhã diferente,

Um contato de perto com a natureza

Fomos mais um casal de namorados

Que sorriram indiferentes a tudo

Esquecendo às vezes, um nos braços do outro,

Que estávamos ali, num canto de amor

De areias alvas e uma lagoa escura. (ABAETÉ)

Salvador, 13/12/1971

Barret.