MORENA

Já acostumei-me ao seu jeito

Imperfeito e desajustado

Nessa alma corrompida

Corpos trincados

Seus dedos numas peles

Onde não moro

Desmoro

Em finos desgostos e dores e

Recolho todos os dias sua toalha

Esquecida (há uns meses) na soleira

Da porta

Da minha ruptura.

Você esquecendo:

Os seios morenos

O andar moreno

As cicatrizes morenas

Alguns distúrbios morenos

Meus gritos morenos

Venenos morenos.

Íntima em minha desordem

Desespero por seus atos

E meu corpo pinga sangue moreno

Dos meus pulsos cortados.

(Poema publicado também no Livro Vinte Poetas Bauruenses) em 1999.

Lilith Lonely
Enviado por Lilith Lonely em 24/04/2008
Código do texto: T960038
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