MORENA
Já acostumei-me ao seu jeito
Imperfeito e desajustado
Nessa alma corrompida
Corpos trincados
Seus dedos numas peles
Onde não moro
Desmoro
Em finos desgostos e dores e
Recolho todos os dias sua toalha
Esquecida (há uns meses) na soleira
Da porta
Da minha ruptura.
Você esquecendo:
Os seios morenos
O andar moreno
As cicatrizes morenas
Alguns distúrbios morenos
Meus gritos morenos
Venenos morenos.
Íntima em minha desordem
Desespero por seus atos
E meu corpo pinga sangue moreno
Dos meus pulsos cortados.
(Poema publicado também no Livro Vinte Poetas Bauruenses) em 1999.