Travessia no mar do amor
Em seu porto onde meu coração ancora
Há uma musicalidade no vai e vém das ondas
Distribui o perfume que transpira no ar _ melancolia
Minha alma angustiada por não te encontrar se distancia.
Áspero amor...
Como posso contentar-me em tê-lo perdido
O sonho foi-se, nas violentas marés para longínquas terras
Levado pela solidão desesperadamente
Remando nas marolas, restando-me a espera
Há um forte pensamento, vivo e sofrido.
Mudo, cego, medroso e sem grito.
Simplesmente deságua...
Em meio ao amor o existencialismo da fome _ sente.
Prostra-me, invade a devorar-me lentamente.
Nesse vai e vem trêmula... detém-te
Na ponta do arrecife com tremendo esforço
Na alva areia embalo-me nas brancas espumas
Impera e contempla o virginal tesouro frente-a-frente
_ Choro pelo amor mísero e indigente...