a morte do amor
Por vezes o amor agoniza.
Sofre, dói, dilacera.
É amaldiçoado pela parte que se julga desamada, afloram todas as mágoas guardadas e julgadas esquecidas, muitas até inexistentes.
O amor num átimo de segundo transforma-se em ódio, em desamor. Uma tênue e reversível mudança.
Julgamos o amor morto, acabado... finito.
Ledo engano... Como a mitológica Fênix, ele renasce das cinzas com uma nova roupagem, sem máculas, sem cicatrizes. A "capa" é nova, mas o sentimento é o mesmo, ele nunca morre, se faz de morto, hiberna, controla seu metabolismo até se tornar imperceptível, para preparar seu retorno triunfal.
É apenas um truque inteligente para fazer com que reflitamos nossa relação com ele, aprendamos com nossos erros e modifiquemos o que nos incomoda para o tornarmos pleno, para que ele reine soberano, sem dúvidas ou oposições.
Ele é imortal, mas não é linear, muitas vezes sua retirada é necessária, por mais dolorosa que seja, mante-lo preso, sem seus alimentos (carinho, atenção, dedicação, afeto, etc...) é vê-lo sofrer e causar sofrimento.
Ele só dura em liberdade, e é nela que ele vive seu ápice, o auge de sua plenitude e criatividade, aumentando qualitativamente mais e mais ...
Não se iludam, ele não morre e isso é uma benção, pois sua morte significa nossa morte, por mais que algumas pessoas afirmem o contrário, não se vive sem amor. Quem assim afirma mente para si mesmo e guarda encarcerado em si um amor que só simboliza sua própria dor.
Se o amor lhe parecer morto, mergulhe dentro de si e resgate-o, crie um ambiente que propicie seu renascimento, deixe-o aflorar e iluminar sua vida escura, deixe sua luz guia-lo e siga-o, mesmo que não pareça, ele sempre te levará ao caminho certo, basta seguir suas setas e ignorar atalhos e veredas que ele não penetre, sem pressa, sem medo ...
No amor, nada é definitivo, só ele. Nada é impossível, só a sua ausência. Nada é errado, apenas não vive-lo.
Ame, viva, renasça.
Sempre, sempre, sempre.