Tênue voz da Mãe D’água
Tênue voz da Mãe D’água
Navegando sobre os mares de grande lividez
Me aproximo no ouvir furtivo
De um canto melodioso e sobre tudo escondido
Lentamente com o palpitar sôfrego e cheio de insensatez
Lhe vejo, minha bela sereia sobre as pedras
Teu colo no convidar repleto de ardor
Teus dedos no chamar me clamam com fulgor
Preso, cá me perco, na demasia de minhas eras
Sentada tu esperas calma e impassiva, como morgada
Todo aquele suspirante marinheiro no delirar
No qual perdido estiver e lhe lançar
Toda a pétala cândida de rosa no tornar-lhe maravilhada
Bela mulher com um olhar nada pueril
Sorve os mares no nadar impetuosa
E de lá, lança-me um piscar afetuoso e gentil
Minhas visões enfim se perdem no teu mergulhar
Descubro-lhe no intimo, És mãe d’água doce e amorosa
E assim perco-me cá, no encontrar de alguém como tu para tomar