A VISITAÇÃO

Você, que sempre esteve nas minhas imaginações;

Que eu desenhei nas projeções que fiz, e quis pra mim;

Que há de ser emplastro de paz, a me curar enfim;

Que faria reparos amorosos, em minhas imperfeições!

Você, que não comunga com os ritos da indiferença;

Que em mim, faria a transfusão de sua alegria;

Que iluminaria minha noite, e a primavera eternizaria;

Que absolviria minha solidão, ao decretar sua sentença!

Só você, conseguiria ver a alma que se esconde em meu olhar;

Discerniria as lágrimas, prisioneiras de meu sorriso;

Me daria o carinho que jamais tive, e tanto preciso;

Me faria um ser amado, muito além do que já pude sonhar!

Ninguém me compreenderia, assim como você;

A sorver as minhas linhas e digerir as suas entrelinhas;

Você, e ninguém mais, tornaria suas verdades minhas;

Você, a quem possuo, mas nunca pude ter!

Você, que diz adeus ao meu amor, no sol que se despede;

Que chora junto a mim, nos pingos de uma chuva fria;

Que nos trêmulos desesperos, em seu calor me envolveria;

Que me estende mãos amparadoras, mas nada me pede!

Você, que platonicamente me beija, em paisagens surreais;

Que comigo vai seguir, nas inconcretizáveis esperanças;

Que envelhece junto a mim, que me aparece desde criança;

Eu sei que você existe, mesmo apenas pra mim, tendo formas reais!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 18/04/2008
Reeditado em 23/07/2008
Código do texto: T951715
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