Inevitável Busca
Eu queria falar desta fome infinda,
Que varre o peito e desenterra a alma nua.
Retratar em prosa ou versos os motivos infames
Que nos trazem à vida.
Ah Deus! Queria eu avisar a juventude,
Escrever-lhes um mapa abreviando o caminho
Antes que fossem devorados pelo desejo de ter o outro
Mas, já é setembro e a primavera roubou-lhes a inocência.
Plantemos agora os sentimentos,
Deixemos pois que as águas movam os moinhos,
Talvez, assim, o inverno não seja tão frio,
E a saudade levada pela brisa encontre seu destino.
Será, pois, o amor o desterro que todo coração busca,
Solitário, feito para alimentar um corpo,
Mas, que, insensatamente, insatisfeito, insano,
Tentará alimentar outro.