AMOR CIGANO

Quando me fitavas sereno,

Parecias algo sentir,

Triste ilusão a minha!

Amor?

Jamais declarastes!

Sorrias faceiro e sedutor,

Irreverente e confiante

Conduzias-me a bailar

Sob o brilho do luar

E o cintilar das estrelas.

Ao som das violas plangentes,

Dos pandeiros cadentes

E das palmas febris de emoção,

Nossos corpos reluziam

Coloridas vestes

Num encantado contraste

Com o clarão da fogueira.

Mãos atadas...

Corpos enlaçados...

Sorrisos lascivos...

Pujantes rodopios entremeados

Evidenciando minha saia rodada.

Nosso amor se fazia presente

Num mito de encanto e fascínio.

Meu corpo neste momento

Dos teus olhos era cativo,

Deslizando vagarosamente

Num ritual de devaneios reiterados.