DEIXA o SOL ENTRAR

Vem, deixa o sol entrar

além, muito além

da revelação, para que tontos

de beber a noite

numa orgia de libertos

ouçamos os chamados loucos

das saudades que sangram

minha boca de tanto te chamar

Já não sou mais o dono

de um cetro armado de fúria

e cavalos carnívoros,

mergulho no manto

de uma magia mais antiga

do que a crença,

e apenas me permito homem

porque em mim clama

um amor sem medida

ferozmente instalado

no nome teu,

que chamo como um lobo cego

para que o vento te deposite

no colo como uma rosa

o desejo desperto

do te querer além dos limites

Vem, deixa o sol entrar

quero-te minha

unicamente minha

além de ti, nada há