Acordando ao lado de meu amor
Abri os olhos ainda sentindo o gosto do amor na boca
Que na noite anterior me havia embalado em ternura,
Ao meu lado dormia a mais bela princesa da natureza
E ao abrir das pétalas de seu olhar meigo para mim, falei:
- Bom dia, amor. Estou aqui a te esperar para que venhas de teu sono tranquilo para voltares aos meus braços, para ser abraçada por minha alma, para ser beijada pelo meu coração, para receber minhas emoções de paixão.
Olhou-me em meus olhos com o seu meigo e carinhoso olhar
Deixando que uma solitária lágrima abandonasse-lhe os olhos
Regando sua face num caminho tortuoso deixando uma trilha de sal,
Enxuguei com o dedo o riacho criado e experimentei-lhe o sabor.
- Amado que me espera de meu sono. Querido de meu coração que mergulha em meus olhos e saboreia o salgado vinho de meu torpor. Leve-me aos teus ombros para te sentir o aconchego do teu calor. Beija-me com o gosto da manhã e embala-me em teus braços seguros.
Veio para meu ombro deixando que os cabelos varressem meu rosto
Fazendo-me sentir o cheiro daqueles fios que me faziam delirar,
Com meu rosto senti os seus olhos, seu nariz, suas faces, sua boca
Que ofereceu-me o gosto das cerejas e o ar da natureza em flor.
- Querida e desejada de meu coração. Repousa tranquila em meu peito e sente esse calor que abandona meu corpo em busca do teu. Quero-te em mim. Preciso sentir teu carinho, tua infantil meiguice, a delicadeza do teu olhar, a maciez da tua pele e perceber em tua voz rouca e sensual o prazer que te dou.
Então, depois de um momento de silêncio, minha amada fechou os olhos em pensamento, levantou o dorso torcendo para o meu lado, deixando que seus ombros nús descobertos dos lençóis me fizessem tremer, deixando seus seios lindos me deixar em desvario, e olhando mergulhada em meus olhos, acariciou-me o rosto e falou-me com a voz mais doce que poderia sair de sua boca:
- Te amo meu querido dono de mim. Tens-me inteira tua. Sou cativa de teu coração. Minha alma é tua alma e meu espírito vive em ti. És dono de minha vida, és senhor dos meus pensamentos, és rei das minhas terras.
Levantei, sentando-me ao teu lado. Aproximei-me até sentir o calor de sua pele em meu corpo, a maciez de seus seios e a delicadeza de seus ombros apertarem-me o peito. Abracei delicadamente a minha adorada princesa da manhã. Beijei suavemente seus lábios, a delicada sereia do lago de minhas fantasias. Repousei seu suave rosto entre as palmas de minhas mãos e num falar rouco, sussurrando, quase em pensamento, num tom apaixonado de quem já não é mais dono de si mesmo, e confessei:
- Te amo adorada e querida primavera que me chove com flores. Fica para sempre ao meu lado. Te quero como minha para o infinito de nossas vidas.
Comovido deixei uma lágrima escapar-me dos olhos, já rasos d´água, gotejando em seu ombro e escorrendo pelo seu seio, parando em nossas mãos entrelaçadas junto ao seu ventre.