Poema 0555 - Amanhã acordei amor

Quero descobrir no sol um tesouro qualquer,

um mar na lua, um lugar que só me falem de amor.

Quero trazer nas mãos pedaços de carinhos e juntá-los

aos gritos de quem clama por sonhos coloridos.

Talvez encontre no fundo do meu mar de faz de conta,

as carícias que a mulher deseja, o Deus que me guia.

Volto a ter sonhos com estrelas, apenas sonhos,

tenho a minha a brilhar dentro do peito,

renego o vento que me traz tempestades na paixão,

não tenho pressa de amar, quero ser amor de agora,

qualquer hora, sabe-se lá quando, no seu coração vou chegar,

tenho-te amor, escondida no meio do meu corpo quente.

Adocem as lágrimas, que sejam doces como a felicidade,

deixem que os sorrisos não saiam dos lábios,

que colem os beijos em todas as bocas e faces,

que os amores se transformem, as paixões se misturem,

guardem seus rancores no ontem, se voltem ao hoje,

deixem que peguem a chave de sua porta e se abram ao amor.

Hoje é noite ao meio-dia e sol à meia-noite, estou louco,

abri todas as janelas da minha pouca lucidez,

alimentei minha alma com carinhos que deixou no meu corpo,

contei o fim da nossa história de amor;

antes de escrever o livro, li as páginas em branco,

falei de todas as promessas, confessei os medos e adormeci.

Amanhã acordei amor, tomei o beijo de bom-dia d'outra boca,

bebi do café temperado com paixão metida entre lençóis,

alimentei-me do prazer que restou dos êxtases,

julguei necessário alargar meu coração,

fiz a saudade calar por um tempo que não existe,

gritei amor, falei de amor, acordei amor, seu amor.

05/01/2006

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 05/01/2006
Reeditado em 05/01/2006
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