PÁTIO DOS DESEJOS

Consigo tirar sabor do que escrevo

Um paladar que desconheço

Mas tempero pelo que tenho esperado

Para o saborear á mesa das verdades

Os minutos que já não guardo

São consumidos por um tempo

Cada vez mais e mais faminto

Nesta caminhada sem distância

Catalogada por inércia sem datas

Como água dura em pedra mole

Depositada num oásis por inventar

Arquitectado no pátio dos desejos

Sou um sol que arde de paixão

Sem lua feita por uma mulher

E persigo-me até um novo eclipse

De uma solidão sem sombra

Á boleia de uma luz que assinala

A direcção ao meu propósito

Que o destino me entrega á alma

E devolve o tempo perdido

Mas que nunca terá sido em vão