AMOR QUE ME VENCE

Juro que tentei, e até fiz força para adormecer;

Tentei olhar o céu noturno, e não te procurar dentre as estrelas;

Provei amoras e cerejas, pra num delírio de teu beijo me esquecer;

Tentei não te encontrar nos jardins, supondo que a mais linda rosa não sejas!

Empenhei os meus ouvidos, a não notarem tua voz na sinfonia;

Tentei achar alguma alegria, onde o teu sorriso não estava;

A cada lágrima em meu rosto, eu me falei que de saudades não seria;

A cada fuga de meu corpo, meu pensamento te encontrava!

Juro que fingí, além até do que eu podia;

Que fiz teatro a cada dia, pra convencer-me que não era tua platéia;

Que não me amordaçava a dor, que o ciúme não me ardia;

Que tentei dia após dia, reescrever tamanha odisséia!

Então me aceita como sou - sombra de teu sol indiferente;

Alguém que te despeja nas sarjetas, onde se alimenta a própria ânsia;

A quem tu assombras, presente na ausência, involuntariamente;

Alguém que luta pra te esquecer, mas que te guarda em si, mesmo à distância!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 10/04/2008
Reeditado em 23/07/2008
Código do texto: T939354
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