AMOR QUE ME VENCE
Juro que tentei, e até fiz força para adormecer;
Tentei olhar o céu noturno, e não te procurar dentre as estrelas;
Provei amoras e cerejas, pra num delírio de teu beijo me esquecer;
Tentei não te encontrar nos jardins, supondo que a mais linda rosa não sejas!
Empenhei os meus ouvidos, a não notarem tua voz na sinfonia;
Tentei achar alguma alegria, onde o teu sorriso não estava;
A cada lágrima em meu rosto, eu me falei que de saudades não seria;
A cada fuga de meu corpo, meu pensamento te encontrava!
Juro que fingí, além até do que eu podia;
Que fiz teatro a cada dia, pra convencer-me que não era tua platéia;
Que não me amordaçava a dor, que o ciúme não me ardia;
Que tentei dia após dia, reescrever tamanha odisséia!
Então me aceita como sou - sombra de teu sol indiferente;
Alguém que te despeja nas sarjetas, onde se alimenta a própria ânsia;
A quem tu assombras, presente na ausência, involuntariamente;
Alguém que luta pra te esquecer, mas que te guarda em si, mesmo à distância!!