O TEMPO NÃO PÁRA

O tempo não pára, como não param as lembranças do amor, do carinho, da ternura e da dor.

O tempo não pára, como não pára essa obsessão por você, de querer você, de ter você, de amar você.

O tempo não pára, como não pára a visão do crepúsculo no amanhecer, no nosso amanhecer em nossa cama.

O tempo não pára, como não param as horas, os dias, semanas e meses que me separam de você, que nos separam.

O tempo não pára pela nossa depressão, tristeza, angustia e solidão.

O tempo não pára ante a doutrina da religião e a "moralidade" imposta.

O tempo não pára por recalcitrares assim, racionalizando o amor, negando-lhe a alma.

O tempo não pára como não pára a procura pelas palavras que compõem os versos.

O tempo não pára, como não param de surgir rostos que confundo com o teu.

O tempo não pára, como não pára a degeneração da matéria nos impondo a senilidade.

O tempo não pára de transformar mundos e opiniões, crenças, paradigmas e padrões, como disse o Cazuza:

"O tempo não pára, não pára...!"

Percílio de Aquino
Enviado por Percílio de Aquino em 08/04/2008
Reeditado em 03/02/2017
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