Poema 0550 - Litteratim II
O eterno brota em gotas que voltam ao céus,
serei ex-dono da dor que machuca teus ossos,
descobre deste manto de fel que te cobre a boca,
deixo o covarde ganhar algum tempo antes da derrota final.
Passa teu silêncio, entregue-o a outro que necessita,
volta a ser chão, enquanto descansas, és terra bruta,
queima ao sol do inferno que um dia vivestes,
refaças tuas leis e delega ao teu corpo a paixão que desejas.
Queiras o sorriso de cristal enquanto for precioso para ti,
volta e joga teu passado neste vazio absurdo que tenta esconderes,
faças sol dentro dos teus olhos, que pouco brilham quando falam de amor,
ao leito, não de morte, de amor, de êxtase, toda paixão que te moves.
Volta hoje ao teu navegar sobre altares de deuses pagãos,
mistura tuas poucas riquezas aos trapos que vestem os mendigos,
são iguais, corpo e alma, sem rumo, sem direção, sem amor,
ide e batiza tua alma em um córrego de carinho, ame, te ame!
03/01/2006