AMOR LITERATO

Se meu olhar me faz pequeno, se teu valor é demasia;

Todas as vertentes letradas, as ofereço para ti;

Se estivesses no Quinhentismo, na carta de Caminha sei que estarias;

Se aborígene tu fosses, as letras de Anchieta, iriam te referir!

Tua beleza é sagrada, o teu desenho é Barroco;

Teus lábios doces lembram uvas, dos vinhedos mais puros e fartos;

Porque te descrever, é o épico deslumbre mais louco;

Tu és inspiradora, qual estrofes de Gregório de Matos!

O meu civismo te recita, tu és a alma de meu Arcadismo;

Porque o solo que tu pisas, é iluminado por teu olhar à mostra;

Poemizar essa nação, é dar a ela o teu sorriso;

És tão ligada ao meu chão, que me remetes Cláudio Manoel da Costa!

Enfatizar sequer preciso, que tu és puro Romantismo;

É natural te venerar, por teus encantos tão suaves;

Estás nas linhas de Gonçalves Dias, na imensidão de seu lirismo;

Estás presente no deslumbre, que te diria Castro Alves!

O Realismo te visita, tão inspirado nesse teu rosto feliz;

O determinismo Naturalista, diz que até podes tornar o tardio em cedo;

Tu certamente estarias nas memórias, de Machado de Assis;

Te mencionaria embasbacado, o talento de Aluísio Azevedo!

É tão dificil descrever-te, que me utilizo do Simbolismo;

Pois teu encanto é de outro mundo, teu seduzir é sobre-humano;

E me empenho pra traduzir-te, sob os auspícios do subjetivismo;

Pra de dedicar uma só linha, Rui Barbosa, precisaria de um ano!

Nem que eu fosse Trovador, nem a alta escrita Modernista;

Nem que te adotasse Monteiro Lobato, e fosses imagem de sua alcunha;

Tu és meu livro maior, minha paixão Classicista;

Superior aos versos de Camões, maior que a lavra de Euclides da Cunha!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 08/04/2008
Reeditado em 23/07/2008
Código do texto: T936471
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