AMOR LITERATO
Se meu olhar me faz pequeno, se teu valor é demasia;
Todas as vertentes letradas, as ofereço para ti;
Se estivesses no Quinhentismo, na carta de Caminha sei que estarias;
Se aborígene tu fosses, as letras de Anchieta, iriam te referir!
Tua beleza é sagrada, o teu desenho é Barroco;
Teus lábios doces lembram uvas, dos vinhedos mais puros e fartos;
Porque te descrever, é o épico deslumbre mais louco;
Tu és inspiradora, qual estrofes de Gregório de Matos!
O meu civismo te recita, tu és a alma de meu Arcadismo;
Porque o solo que tu pisas, é iluminado por teu olhar à mostra;
Poemizar essa nação, é dar a ela o teu sorriso;
És tão ligada ao meu chão, que me remetes Cláudio Manoel da Costa!
Enfatizar sequer preciso, que tu és puro Romantismo;
É natural te venerar, por teus encantos tão suaves;
Estás nas linhas de Gonçalves Dias, na imensidão de seu lirismo;
Estás presente no deslumbre, que te diria Castro Alves!
O Realismo te visita, tão inspirado nesse teu rosto feliz;
O determinismo Naturalista, diz que até podes tornar o tardio em cedo;
Tu certamente estarias nas memórias, de Machado de Assis;
Te mencionaria embasbacado, o talento de Aluísio Azevedo!
É tão dificil descrever-te, que me utilizo do Simbolismo;
Pois teu encanto é de outro mundo, teu seduzir é sobre-humano;
E me empenho pra traduzir-te, sob os auspícios do subjetivismo;
Pra de dedicar uma só linha, Rui Barbosa, precisaria de um ano!
Nem que eu fosse Trovador, nem a alta escrita Modernista;
Nem que te adotasse Monteiro Lobato, e fosses imagem de sua alcunha;
Tu és meu livro maior, minha paixão Classicista;
Superior aos versos de Camões, maior que a lavra de Euclides da Cunha!!