E A CHUVA CAI LÁ FORA.
E a chuva cai incessante,
a madrugada toda encharcada
e o constante barulho de suas gotas
ressoando na cobertura de zinco lá fora..
Morto de cansaço, vejo da janela
que palidamente vem despertando
um novo dia, cuja luminosidade, procura
acabar com a bizarria da noite que termina.
E a chuva incessante, continua a cair,
até parece lágrimas motivadas
por malogro de uma história, que na
escuridão da solidão, mostrou-se desesperada.
Modificação sonora e lenta
igual a minha alma semanticamente
um todo integrado,
com os açoites da nostalgia.
E faz tanto tempo que chove, estou
desconfiado que quem molha a
cobertura de zinco todas as noites lá fora,
sou eu, sim, sou eu que na hipnose da
solidão, criei um jeito para transformar
as noites, em noites úmidas,
mesmo que não chova.