SÚPLICA // ABENÇOADA FRÁGUA (com Milla Pereira)
SÚPLICA
(Milla Pereira)
Vem e preenche o vazio espaço,
Que há entre nós dois em minha vida.
Vem completar a linha de meu traço
Na imagem que se vê, descolorida!
Recolhe do mar, fino grão de areia,
Que teus pés encontraram, transparente.
Vem cantar comigo a essa lua cheia
O amor que retraiu-se, triste e ausente.
Vem colher de minha boca sedenta
O doce e puro sabor de um beijo...
Estanca em meu peito a dor que aumenta
Bailando na orgia do desejo...
Reverbera no peito a esperança
Sutil sinal de dor que em mim deságua.
Apara em mim a força dessa lança
Que em mim atiraste, de dor e mágoa!
ABENÇOADA FRÁGUA (Réplica)
(Mario Roberto Guimarães)
Desse vazio, simplesmente faço
A nova estrada, de amor preenchida,
Onde não há o teu e o meu passo,
A caminhada há de ser compartida.
Do mar, além do fino grão de areia,
Quero dar-te a força da corrente.
Cantando à lua, que a tudo clareia,
Brindar contigo o amor que a alma sente.
Quero, do teu beijo, a doçura que me tenta
A criar, em nossos corpos, o mágico ensejo
Ao mais louco delírio, ao êxtase que incrementa
Essa paixão sem fim, quando os teus olhos vejo.
E se, no amor, mantiveres a esperança,
Verás que não existe a malsinada mágoa,
Enquanto em nós arder a chama que não cansa
De envolver-nos, em sua abençoada frágua.